sábado, 5 de fevereiro de 2011

Biográfia Mauro Diniz

Mauro Diniz

Mauro Diniz
Biografia



Compositor. Cantor. Músico. Arranjador.

Filho do compositor Monarco (Hildemar Diniz) e irmão do também cantor e compositor Marcos Diniz.

Toca vários instrumentos de cordas: Violão, banjo, violão de sete cordas e cavaquinho.

A filha, Juliana Diniz, segue a carreira de cantora e eventualmente apresenta-se ao lado do pai.

Dados Artísticos

No ano de 1983 o grupo Fundo de Quintal incluiu uma composição de sua autoria "Te gosto" (c/ Adilson Victor) no disco "Nos pagodes da vida".

Em 1985, a RGE o convidou para gravar no LP "Raça brasileira", junto com Jovelina Pérola Negra, Pedrinho da Flor, Zeca Pagodinho e Elaine Machado. O disco foi um sucesso de vendas e execução nas rádios. No ano seguinte, Zeca Pagodinho no primeiro (...)

Obras

  • Amor mulher
  • Cheiro de saudade (c/ Sereno)
  • Chove, é o céu que chora (c/ Zeca Pagodinho)
  • Coração feliz (c/ Monarco)
  • Divina luz (c/ Cléber Augusto e Sereno)
  • Dor da saudade (c/ Monarco)

Discografia

  • (2003) Apoteose ao samba • Universal • CD
  • (2000) Um samba de natal • Velas • CD
  • (1990) Simplesmente Mauro Diniz • Selo Tropical • LP
  • (1985) Raça brasileira • RGE • LP

Shows

  • Festival Fábrica do Samba. Maracanãzinho, RJ, (2003)
  • Samba em família. Monarco, Mauro Diniz e Marcos Diniz. Teatro Rival, RJ.
  • Mauro Diniz e convidados. Teatro Rival BR, RJ,
  • Os suburbanistas. (c/ Dorina e Luiz Carlos da Vila). Bar do Tom, RJ,
  • Os suburbanistas. (c/ Dorina e Luiz Carlos da Vila). Bar Estrela da Lapa, RJ.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Biografia João Nogueira

João Nogueira




João Batista Nogueira Júnior
12/11/1941 Rio de Janeiro, RJ
5/6/2000 Rio de Janeiro, RJ

Biografia

Cantor. Compositor.
Nascido e criado na Rua Magalhães Couto, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Frequentador de tradicionais botequins cariocas como o antigo "Pé na Poça", situado no bairro onde cresceu.
Sempre homenageou, em seus sambas, "as coisas simples das gentes".
Filho de músico profissional, nunca deixou de estar em contato com o samba e o choro devido às presenças de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Donga e João da Baiana, amigos de seu pai e frequentadores de sua casa.
O pai chegou a tocar com Noel Rosa, segundo o livro "Noel, uma biografia", de João Máximo.
Aprendeu a tocar violão acompanhando o próprio pai, que morreu quando ele tinha 10 anos. "Seu" João Nogueira  era violonista e chegou a tocar com o Conjunto Regional, de Rogério Guimarães, e com Jacob do Bandolim. Com a sua morte, a família passou por uma fase difícil. Assim, foi obrigado a trabalhar como vitrinista e vendedor.
Trabalhou, também, como funcionário da Caixa Econômica.
Aos 15 anos, começou a fazer música junto com a irmã, a compositora Gisa Nogueira.
Em 1958, passou a freqüentar o Bloco Carnavalesco Labareda do Méier, do qual, mais tarde, veio a ser diretor.
Foi na sua própria casa do Méier que nasceu o Clube do Samba, que funcionou durante anos a fio com noitadas animadas pelo "Pagodinho de Fundo de Quintal". O Clube mudou-se para o bairro do Flamengo, em seguida para a Associação dos Servidores Civis do Brasil - inaugurado por Clara Nunes - e para o Clube Municipal, antes de chegar à sede definitiva, na Barra da Tijuca. O local, onde funcionava um depósito de bebidas, foi totalmente reformado e decorado por João Nogueira - o fundador e presidente do Clube (1979). Além do salão, com capacidade para mais de 1000 pessoas, funcionava no Clube uma galeria de arte - Guilherme de Brito - e o jardim batizado com o nome de Clara Nunes. Neste, há uma escultura de um sabiá com a seguinte inscrição: "Voa meu sabiá/ Canta meu sabiá/ Adeus, meu sabiá/ Até um dia...", estribilho de um samba do compositor (parceria com Paulo César Pinheiro), gravado por Alcione.
Participou, como ator, do filme Quilombo, de Cacá Diegues, no qual fez o papel de Rufino.
O Bloco Carnavalesco Clube do Samba desfila todos os anos pela Avenida Rio Branco e traz entre seus integrantes: Alcione, Beth Carvalho, Dalmo Castello, Dona Ivone Lara, Gisa Nogueira, Martinho da Vila, Paulinho Tapajós e Paulo César Pinheiro.
Faleceu na madrugada do dia 6 de junho de 2000, vítima de enfarte, quando ainda se recuperava de um AVC  que o deixara com  algumas sequelas.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Biografia Aluizio Machado

Aluízio Machado

Alcides Aluízio Machado
13/4/1939 Campos, RJ

Dados Artísticos

Com o sucesso obtido como cantor e compositor do Império Serrano, passou a se apresentar em boates da Zona Sul do Rio de Janeiro, como Oba Oba, entre outras.

Na década de 1960, atuou ao lado de Nara Leão e João do Vale no show Opinião.

Participou do programa "A Grande Chance", de Flávio Cavalcanti. Por essa época, e graças ao programa, gravou seu primeiro LP: "Apesar dos pesares".

Em 1981, no LP "Na fonte", Beth Carvalho incluiu "Escasseia", música sua em parceria com Beto Sem Braço e Zé do Maranhão. Neste mesmo ano, Alcione interpretou "Minha filosofia".

O samba-enredo " Bum bum paticumbum prugurundum", de sua autoria em parceria com Beto Sem Braço, deu o primeiro lugar do Grupo 1A ao Império Serrano no carnaval de 1982. O próprio compositor declarou a Carlos Rego, Helena Theodoro e Lygia Santos, em depoimento ao Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro: "Esse termo foi usado pelo Ismael Silva para explicar a sonoridade da batucada. O Sérgio Cabral teve a sensibilidade de registrá-lo no livro "As Escolas de Samba" e a carnavalesca Rosa Magalhães ousou batizar o nome do enredo com ele. O nome original do samba era "Candelária, Praça XV e Marquês de 'Sapecaí' ". Não era um samba fácil, a onomatopéia era complicada e, ainda assim, fez o maior sucesso".

No ano de 1984, ao lado de Wilson Moreira, Nei Lopes, Cláudio Jorge e Sonia Ferreira, participou do projeto "Roda de Samba", no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.

Em 1986, Dominguinhos do Estácio, no disco "Bom ambiente", gravou "Dura prova" (c/ Beto Sem Braço e Serginho Meriti). Neste mesmo ano, Alcione no LP "Fruto e raiz", pela RCA, gravou outra composição sua, "Pique, rabo, emenda".

No ano de 1996, em parceria com Beto Pernada, Lula, Índio do Império e Arlindo Cruz, compôs o samba-enredo "E verás que um filho teu não foge à luta", com o qual a Império Serrano desfilou naquele ano e ganhou o prêmio "Estandarte de Ouro", do Jornal O Globo, na categoria "Melhor Samba-Enredo" e ainda classificou a escola em 6º lugar do Grupo Especial.

No ano de 2001, participou do projeto "Meninos do Rio", série de três shows que reuniu no palco do Centro Cultural Banco do Brasil 15 sambistas: Dauro do Salgueiro, Nei Lopes, Nelson Sargento, Baianinho, Niltinho Tristeza, Casquinha, Zé Luiz, Nílton Campolino, Jair do Cavaquinho, Monarco, Elton Medeiros, Luiz Grande, Jurandir da Mangueira e uma única mulher: Dona Ivone Lara. O projeto foi registrado em disco produzido por Paulinho Albuquerque e Cláudio Jorge, pela gravadora Carioca Discos, lançado neste mesmo ano. Neste disco interpretou de sua autoria "Minha filosofia". Ainda em 2001, gravou um depoimento para o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro.

No ano 2002, a escola Império Serrano classificou-se em 9º lugar no Grupo Especial com um samba-enredo de sua autoria "Aclamação e coroação do Imperador da Pedra do Reino: Ariano Suassuna", em parceria com Carlos Senna, Elmo Caetano, Lula e Maurição. Neste mesmo ano, Marquinho Santanna (ex- Marquinhos Sathã) incluiu no disco "Nosso show" uma composição de sua autoria: "Mar de carinhos", em parceria com Arlindo Cruz.

No ano de 2003, foi um dos convidados de Guaracy 7 Cordas na Roda de Samba, no Clube Copa Leme, em bairro do Leme, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, em parceria com Maurição, Elmo Caetano, Carlos Senna e Arlindo Cruz, compôs o samba-enredo "E onde houver trevas... Que se faça a luz!" com o qual o Império Serrano desfilou no carnaval. Ainda em 2003, sua composição "Sambista de fato", interpretada por Débora Cruz (filha do compositor Acyr Marques e sobrinha de Arlindo Cruz), foi classificada em 6º lugar no "Festival Fábrica do Samba", com a final no Maracanazinho, no Rio de Janeiro.

Acumulou em sua carreira de compositor quatro prêmios "Estandarte de Ouro" na categoria de "Melhor Samba-Enredo".

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Biográfia Nelson Cavaquinho

Nelson Cavaquinho

Nelson Antônio da Silva
29/10/1911 Rio de Janeiro, RJ
18/2/1986 Rio de Janeiro, RJ

Biografia

Compositor. Instrumentista. Cantor.
Nasceu na Rua Mariz e Barros, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. O pai, Brás Antônio da Silva, era contramestre da Banda da Polícia Militar e tocava tuba. A mãe, Maria Paula da Silva, foi lavadeira do Convento de Santa Teresa. O tio, também músico, juntamente com o pai e amigos, organizava, aos domingos, rodas de samba em sua casa.
Por volta de 1919, a família, fugindo de aluguel, mudou-se para a Rua Silva Manuel, depois para a Rua Joaquim Silva, ambas na Lapa.
Freqüentou a escola primária Evaristo da Veiga, abandonando o curso para trabalhar como eletricista. Na Lapa, fez amizade com os então chamados "valentes": Brancura, Edgar e Camisa Preta. Mais tarde, adolescente, foi morar com a família no subúrbio de Ricardo de Albuquerque para, finalmente, se estabelecerem em uma vila operária do bairro da Gávea, onde freqüentava os bailes dos clubes Gravatá, Carioca Musical e Chuveiro de Ouro, conhecendo músicos decisivos em sua formação, como Edgar Flauta da Gávea, Heitor dos Prazeres, Mazinho do Bandolim e o violonista Juquinha. Alguns desses músicos eram empregados de uma fábrica de tecido local. Do violonista Juquinha, receberia importantes noções de como tocar cavaquinho. Nesta época, Nelson Cavaquinho cunhou a sua marca e também a maneira peculiar de tocar o instrumento apenas com dois dedos, ganhando, a partir daí, o apelido de Nelson do Cavaquinho. Aos 16 anos, sem dinheiro para comprar o instrumento e pagar um professor, treinava em cavaquinho emprestado. Por essa época, trabalhava, também, como pedreiro e compôs a sua primeira música, o choro "Queda". Apresentou-o aos músicos amigos Juquinha, Eugênio, Mazinho e Filhinho, que formavam um conjunto de choro e samba. Logo depois, foi chamado para integrar o conjunto, que atuava em shows nos clubes da redondeza da Gávea. Ainda nesta época, freqüentava a roda de choro que acontecia na Rua da Conceição, no centro do Rio de Janeiro, na qual se reuniam músicos como os irmãos Romualdo e Luperce Miranda.  Apesar de tocar bem o cavaquinho, era sempre necessário pedi-lo emprestado. Ao vê-lo nessa situação, Ventura, um jardineiro português, deu-lhe de presente o instrumento.
Em 1931, conheceu Alice Ferreira Neves. Meses depois, arrastado para a delegacia pelo pai da moça, casava-se com Alice, com quem teve quatro filhos. O casal foi morar no subúrbio de Brás de Pina. O pai de Alice indicou-o para servir na Cavalaria da Polícia Militar. Por essa época, o pai de Nelson Cavaquinho alterou a sua certidão de nascimento para 29/10/1910, um ano mais velho, para que pudesse ingressar na cavalaria. Nelson Cavaquinho e seu cavalo de nome "Vovô" patrulhavam o Morro da Mangueira, local onde fez amizade com sambistas como Zé Com Fome (Zé da Zilda) e Carlos Cachaça. Ao conhecer Cartola, na Quadra da Mangueira, e depois de ficar muito tempo conversando com este, seu cavalo Vovô voltou sozinho para o Batalhão, o que ocasionou mais uma vez, a sua detenção. Ficar detido era comum naquela época, já que passava dias sem ir ao quartel, em decorrência da boemia. Sobre este fato narrou: "Eu ia tantas vezes em cana que já estava até me acostumado com o xadrex. Era tranqüilo, ficava lá compondo. Entre as músicas que fiz no xadrex está 'Entre a cruz e a espada' ". No ano de 1938, antes de ser expulso da corporação, conseguiu dar baixa e, separado da mulher e afastado dos filhos, ingressou, de vez, na boemia e dedicou-se à música. Foi morar na Mangueira em 1952.
Teve vários relacionamentos até que, no início da década de 1960, conheceu Durvalina, trinta anos mais nova do que ele, com quem viveu até a sua morte, ocorrida na madrugada de 18 de fevereiro de 1986, vitimado por um enfisema pulmonar.
Em sua homenagem, ao CIEP do bairro da Chatuba (em Mesquita), foi dado seu nome, graças aos esforços dos professores Sérgio Fonseca e Alda Fonseca. Na ocasião da inauguração, houve um show de Guilherme de Brito e Velha-Guarda da Mangueira.
Sobre sua forma de levar a vida, sempre na boemia, uma passagem muito interessante foi descrita pelo parceiro Eduardo Gundin que lembra do dia em que dirigindo o carro, ligou o rádio e passou a ouvir uma entrevista do compositor para o programa "Balance", da Excelsior. "A certa altura, o apresentador perguntou a Nelson quais eram os seus planos. E ele: 'Meus planos? O Gudin vai passar aqui para me pegar e vamos beber no Bar do Alemão'".

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Biográfia Beto Sem Braço

Beto Sem Braço

Laudemir Casemiro
1940 Rio de Janeiro, RJ
15/4/1993 Rio de Janeiro, RJ

Biografia

Compositor.

Trabalhou como feirante.

Seu pseudônimo lhe foi dado na infância, em conseqüência de uma queda de cavalo, na qual perdeu o braço direito.

Pertenceu à Ala de Compositores da Vila Isabel e mais tarde, transferiu-se para a Escola de Samba Império Serrano.

Em 1987, descontente com a desclassificação de seu samba, atirou no presidente e no vice-presidente (...)

Dados Artísticos

No início da década de 1970 estreou no mercado fonográfico com a gravação de "Ai que vontade", interpretada por Oswaldo Nunes, tornando-se o seu primeiro sucesso em nível nacional.

Em 1978, Beth Carvalho, no LP "De pé no chão", gravou de sua autoria "Marcando bobeira" (c/ Dão e João Quadrado). No ano seguinte, Almir Guineto, no LP "Jeito de amar", pela gravadora RGE, incluiu "Lindo (...)

Obras

  • A paisagem
  • Aonde quer que eu vá (c/ Martinho da Vila)
  • Boi (c/ J. C. Santos)
  • Brincadeira tem hora (c/ Zeca Pagodinho)
  • Calango no morro (c/ Paulo Vizinho)
  • Camarão que dorme a onda leva (c/ Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz)

Bibliografia Crítica

  • ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
  • AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010.
  • ARAÚJO, Hiram. Carnaval - Seis milênios de história. Rio de Janeiro: Ed. Gryphus, 2000.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Biográfia Roberto Ribeiro

Roberto Ribeiro


Dermeval Miranda Maciel, mais conhecido como Roberto Ribeiro (Campos dos Goytacazes, 20 de julho de 1940Rio de Janeiro, 8 de janeiro de 1996) foi um cantor e puxador de samba-enredo brasileiro. Sambista do Império Serrano, Roberto Ribeiro construiu uma respeitável carreira de intérprete e compositor desde a segunda metade da década de 1960. De voz bem timbrada e enxuto fraseado, seu repertório incluíam sambas de todos os tipos, como afoxés, ijexás, maracatus e outros ritmos africanos. Tem mais de 20 discos gravados, com sucessos populares como as canções "Acreditar", "Estrela de Madureira", "Todo Menino É um Rei", "Malandros Maneiros", "Fala Brasil" e "Amor de Verdade".[1]
Filho de Antônio Ribeiro de Miranda (um jardineiro) e Júlia Maciel Miranda, Roberto era um carioca típico, apaixonado por futebol e samba. Aos nove anos de idade, trabalhava como entregador de leite. Naquele tempo, já frequentava a Escola de Samba Amigos da Farra, da cidade de Campos dos Goytacazes, e participava das festas do tradição "Boi Pintadinho".
Ele foi jogador de futebol profissional em sua cidade natal. Depois de passagens por equipes amadoras (Cruzeiro e Rio Branco), ele se tornou goleiro do Goytacaz Futebol Clube. Era conhecido pelo apelido de "Pneu". Em 1965, Roberto mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro em busca de um lugar em um clube grande carioca.
Chegou a treinar no Fluminense, mas acabou desistindo da carreira e começou a trabalhar com música, a se apresentar no programa "A Hora do Trabalhador", da Rádio Mauá, do Rio de Janeiro. Sua performance chamou a atenção da compositora Liette de Souza (que viria a ser sua esposa), irmã do compositor Jorge Lucas. Ela resolveu apresentá-lo aos sambistas da Império Serrano e Roberto passou a frequentar as rodas de samba da tradicional escola de Madureira. A diretoria da Império convidou-o para ser o puxador de samba-enredo da escola no Carnaval de 1971.
Ele aceitou, mas se afastou nos dois carnavais seguintes para gravar seus primeiros discos como cantor. A partir de 1974, Roberto Ribeiro firmou-se como puxador oficial da Império, defendendo a agremiação até o Carnaval de 1981. Dentre os grandes destaques nos desfiles cariocas, estão os sambas-enredo "Brasil, Berço dos Imigrantes", de 1977 (feito em parceria com o cunhado Jorge Lucas), e em "Municipal Maravilhoso, 70 Anos de Glórias", de 1979 (parceria com Jorge Lucas e Edson Passos).
Sua carreira como cantor ganhou impulso a partir de 1972 com gravações de três compactos em parceria com Elza Soares pela Odeon. Satisfeita com o sucesso dos compactos, o selo lançou o LP "Elza Soares e Roberto Ribeiro". No ano seguinte, Roberto gravou um LP, "Simone et Roberto Ribeiro - Brasil Export 73 Agô Kelofé", junto com a Simone, lançado pela Odeon exclusivamente para o mercado externo.
Em 1975, a mesma gravadora lançou o compacto duplo "Sucessos 4 sambas", no qual Roberto Ribeiro interpretou "Leonel/Leonor" (de Wilson Moreira e Neizinho). Ainda neste ano, foi lançado o disco "Molejo", que despontou com os sucessos "Estrela de Madureira" (de Acyr Pimentel e Cardoso) e "Proposta amorosa" (de Monarco) e chamou a atenção da crítica. No ano seguinte, foi lançado "Arrasta Povo", LP que destacou mais dois grandes sucessos nas rádios de todo o Brasil: "Tempo É" (de Zé Luiz e Nelson Rufino) e "Acreditar" (de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho).
Gravou em 1977 o LP "Poeira Pura", onde se destacou "Liberdade" (de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho). Um ano depois, foi lançado o álbum "Todo Menino É Um Rei", que o colocou outra vez nas lista dos discos mais vendidos, puxado pelos sucessos da faixa-título (de Nelson Rufino e Zé Luiz), de "Amei demais" (de Flávio Moreira e Liette de Souza), de "Isso não são horas" (de Catoni, Chiquinho e Xangô da Mangueira) e de "Meu drama" (de Silas de Oliveira e J. Ilarindo) - esta incluída também na trilha sonora da novela "Pai Herói", da Rede Globo. Em 1979, foi a vez do lançamento do LP "Coisas da Vida", que teve entre as mais tocadas "Vazio" (de Nelson Rufino), também conhecida na época como "Está faltando uma coisa em mim", e "Partilha" (de Romildo e Sérgio Fonseca).
No início da década de 1980, Roberto gravou "Fala meu povo". Neste LP, de 1980, constavam algumas composições de sua autoria como "Vem" (parceria com Toninho Nascimento) e sucessos como "Só chora quem ama" (de Wilson Moreira e Nei Lopes) e "Quem lucrou fui eu" (Monarco). Em 1981, foi lançado "Massa, raça e emoção", com o sucesso "Santa Clara Clareou" (de Zé Baiano do Salgueiro).
Em 1983, foi lançado o disco "Roberto Ribeiro", com o sucesso "Algemas" (parceria com Toninho Nascimento). Em 1984, no seu LP "De Palmares ao tamborim", obteve êxito com "Lágrima Morena" (outra parceria sua com Toninho Nascimento). Naquele ano participou do disco "Partido alto nota 10", de Aniceto do Império, no qual interpretaram em dueto a faixa "Chega Devagar", de autoria de Aniceto do Império.
Em 1985, foi lançado o LP "Corrente de Aço", que contou com a participação de Chico Buarque de Hollanda na música "Quem te viu, quem te vê" (do próprio Chico) e de Nei Lopes, em "Malandros maneiros" (Nei Lopes e Zé Luiz). Em 1987, Roberto Ribeiro gravou o disco "Sorri pra Vida", obtendo sucesso com a faixa "Ingrata Paixão" (de Mauro Diniz, Adílson Victor e Ratinho) e, um ano depois, "Roberto Ribeiro", que contou com a participação especial de Alcione na faixa "Mel pra minha dor" (de Nelson Rufino e Avelino Borges) e do Grupo Raça, em "Malandro mais um" (de Ronaldinho e Carlos Moraes).
Passou a sofrer de um seriíssimo problema de vista e, em Janeiro de 1996, faleceu em virtude um atropelamento no bairro de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Perdeu um olho em razão de uma contaminação por fungo agravada pelo diabetes).[2]
Um ano antes, em 1995, a EMI-Odeon lançou a coletânea "O Talento de Roberto Ribeiro", na qual compilou 22 sucessos de seus vários discos. Roberto participara ainda naquele ano do disco-homenagem "Clara Nunes com Vida", produzido por Paulo César Pinheiro, no qual interpretou (com sua voz acrescida posteriormente) um dueto com Clara Nunes, "Coisa da Antiga" (de Wilson Moreira e Nei Lopes).
Sua vida foi contada em livro de autoria de sua própria esposa, Liette de Souza Maciel, com o título "Dez anos de saudade" (Potiguar Editora).[3]

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Biográfia Noel Rosa

Noel Rosa

Noel de Medeiros Rosa
11/12/1910 Rio de Janeiro, RJ
4/5/1937 Rio de Janeiro, RJ

Compositor. Cantor. Violonista.


Nasceu no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, tornando-se anos mais tarde conhecido como o "Poeta da Vila". Morou durante seus vinte e seis anos e meio de vida na mesma casa na rua Teodoro da Silva, que tempos depois seria demolida para a construção de um prédio residencial que leva seu nome. Filho de Manuel Medeiros Rosa, que era gerente de camisaria, e da professora Marta de Azevedo, teve em seu nascimento fratura e afundamento do maxilar provocados pelo fórceps, além de uma pequena paralisia na face direita, que o deixou desfigurado para o resto da vida, apesar das cirurgias sofridas aos seis e doze anos de idade. Quando seu pai foi trabalhar como agrimensor numa fazenda de café, sua mãe abriu uma escola dentro de casa, passando a sustentar os dois filhos, Noel e Hélio, o mais novo, nascido em 1914.

Já alfabetizado pela mãe, foi matriculado no Colégio Maisonnete quando tinha treze anos, depois foi para o São Bento, onde ficou até 1928, recebendo dos colegas o apelido de Queixinho. Teve paixões por mulheres que se tornaram musas de alguns de seus sambas, como no caso de Ceci, dançarina de um cabaré da Lapa. Para ela, compôs "Dama do Cabaré" e "Último desejo".

Casou-se com Lindaura, em dezembro de 1934. Na verdade, o casamento ocorreu por pressão da mãe da moça, pois Lindaura tinha apenas 13 anos, dez a menos do que ele. Grávida, ela perderia o filho meses após o casamento. A união com Lindaura não modificou seus hábitos boêmios, que acabariam por comprometer irremediavelmente a sua saúde. No início de 1935, já com os dois pulmões lesionados, viajou com a mulher para se tratar em Belo Horizonte, onde se hospedou na casa de uma tia. Porém, o tratamento durou poucos dias, pois o compositor logo começou a freqüentar os bares e o meio artístico da cidade, apresentando-se até na Rádio Mineira. Ainda em Minas, em maio desse mesmo ano, recebeu a notícia do suicídio do pai, que se enforcou na casa de saúde onde estava internado para tratamento dos nervos. Apresentando algumas melhoras, em setembro retornou ao Rio de Janeiro. Contudo, em fevereiro de 1936, viajou para Nova Friburgo(RJ) por ordens médicas. Mesmo assim se apresentou no cinema local e freqüentava os bares da cidade. Retornou ao Rio bastante adoentado. Por sugestão de amigos e familiares, foi para Barra do Piraí, em abril do mesmo ano, em busca de repouso para tentar curar a tuberculose. Após uma semana, visitou, no dia 1 de maio, a represa de Ribeirão das Lajes e começou a sentir arrepios e a passar mal. Retornou à pensão com febre. Durante a noite sofreu uma grave crise de hemoptise e o médico que o atendeu advertiu que não havia recursos para tratar dele naquela cidade. Na manhã de 2 de maio, voltou ao Rio com Lindaura, às pressas, num táxi, em estado muito grave, do qual não conseguiria se recuperar. Durante dois dias recebeu visitas de muitos amigos, entre os quais Marília Baptista e Orestes Barbosa, que procuraram animá-lo.

Morreu na noite do dia 04 de maio, enquanto em frente à sua casa comemoravam o aniversário de uma vizinha numa festa em que tocavam suas músicas. Diversas versões sobre sua morte foram publicadas em diferentes jornais e biografias, onde se fez referência até a um ataque cardíaco. Ao seu enterro compareceram muitas personalidades da música e do rádio. À beira de seu túmulo, Ary Barroso fez um discurso emocionado, homenageando o amigo e parceiro. Depois de alguns anos de sua morte, seu nome ficou esquecido durante a década de 1940, até que Aracy de Almeida, em 1950, passou a cantar na famosa boate Vogue, incorporando sambas inéditos dele ao seu repertório. Desde aí, o compositor foi redescoberto e passou a ser homenageado pelo público e por autoridades, como no caso do busto inaugurado na Praça Tobias Barreto e que hoje se encontra na Praça Barão de Drumond, Vila Isabel, e pela comunidade de Vila Isabel, que inaugurou um monumento no Cemitério São Francisco Xavier, onde o compositor foi sepultado, em comemoração ao cinqüentenário do nascimento do sambista.

Em 1967, o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro - que acabara de lançar o elepê "Noel Rosa por Noel Rosa", com o compositor cantando suas próprias músicas - fez também uma grande homenagem ao Poeta da Vila em seus 30 anos de morte, inaugurando exposição comemorativa e juntando os amigos remanescentes em gravação histórica conduzida por R. C. Albin em 4 de maio daquele ano. Em 1987, várias solenidades e eventos lembraram o cinqüentenário de seu falecimento


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Biografia Adoniran Barbosa



Rubinato era filho de Ferdinando e Emma Rubinato, imigrantes italianos da localidade de Cavárzere, província de Veneza. Aos dez anos de idade, sua certidão de nascimento foi adulterada para que o ano de nascimento constasse como 1910 possibilitando que ele trabalhasse de forma legalizada: à época a idade mínima para poder trabalhar era de doze anos.
Abandonou a escola cedo, pois não gostava de estudar. Necessitava trabalhar para ajudar a família numerosa - Adoniran tinha sete irmãos. Procurando resolver seus problemas financeiros, os Rubinato viviam mudando de cidade. Moravam primeiro em Valinhos, depois Jundiaí, Santo André e finalmente São Paulo.
Em Jundiaí, Adoniran conhece seu primeiro ofício: entregador de marmitas. Aos quatorze anos, ainda criança, o encontramos rodando pelas ruas da cidade e, legitimamente, surrupiando alguns bolinhos pelo caminho. "A matemática da vida lhe dá o que a escola deixou de ensinar: uma lógica irrefutável. Se havia fome e, na marmita oito bolinhos, dois lhe saciariam a fome e seis a dos clientes; se quatro, um a três; se dois, um a um".
O compositor e cantor tem um longo aprendizado, num arco que vai do marmiteiro às frustrações causadas pela rejeição de seu talento. Quer ser artista – escolhe a carreira de ator. Procura de várias maneiras fazer seu sonho acontecer. Tenta, antes do advento do rádio, o palco, mas é sempre rejeitado. Sem padrinhos e sem instrução adequada, o ingresso nos teatros como ator lhe é para sempre abortado. O samba, no início da carreira, tem para ele caráter acidental. Escolado pela vida, sabia que o estrelato e o bom sucesso econômico só seriam alcançados na veiculação de seu nome na caixa de ressonância popular que era o rádio.
O magistral período das rádios, também no Brasil, criou diversas modas, mexeu com os costumes, inventou a participação popular – no mais das vezes, dirigida e didática. Têm elas um poder e extensão pouco comuns para um país rural como o nosso. Inventam a cidade, popularizam o emprego industrial e acendem os desejos de migração interna e de fama. Enfim, no país dos bacharéis, médicos e párocos de aldeia, a ascensão social busca outros caminhos e pode-se já sonhar com a meteórica carreira de sucesso que as rádios produzem. Três caminhos podem ser trilhados: o de ator, o de cantor ou o de locutor.
Adoniran, aprendiz das ruas, percebe as possibilidades que se abrem a seu talento. Quer ser ator, popularizar seu nome e ganhar algum dinheiro, mas a rejeição anterior o leva a outros caminhos. Sua inclinação natural no mundo da música é a composição mas, nesse momento, o compositor é um mero instrumento de trabalho para os cantores, que compram a parceria e, com ela, fazem nome e dinheiro. Daí sua escolha recair não sobre a composição, mas sobre a interpretação.
Entrega-se ao mundo da música. Busca conquistar seu espaço como cantor – tem boa voz, poderia tentar os diversos programas de calouro. Já com o nome de Adoniran Barbosa – tomado emprestado a um companheiro de boêmia e de Luiz Barbosa, cantor de sambas, que admira – João Rubinato estreia cantando um samba brejeiro de Ismael Silva e Nilton Bastos, o Se você jurar. É gongado, mas insiste e volta novamente ao mesmo programa; agora cantando o belo samba de Noel Rosa, Filosofia, que lhe abre as portas das rádios e ao mesmo tempo serve como mote para suas composições futuras.
A vida profissional de Adoniran Barbosa se desenvolve a partir das interpretações de outros compositores. Embora a composição não o atraia muito, a primeira a ser gravada é Dona Boa, na voz de Raul Torres. Depois grava em disco Agora pode chorar, que não faz sucesso algum. Aos poucos se entrega ao papel de ator radiofônico; a criação de diversos tipos populares e a interpretação que deles faz, em programas escritos por Osvaldo Moles, fazem do sambista um homem de relativo sucesso. Embora impagáveis, esses programas não conseguem segurar por muito tempo ainda o compositor que teima em aparecer em Adoniran. Entretanto, é a partir desses programas que o grande sambista encontra a medida exata de seu talento, em que a soma das experiências vividas e da observação acurada dá ao país um dos seus maiores e mais sensíveis intérpretes.
O mergulho que o sambista fará na linguagem, suas construções linguísticas, pontuadas pela escolha exata do ritmo da fala paulistana, irão na contramão da própria história do samba. Os sambistas sempre procuraram dignificar sua arte com um tom sublime, o emprego da segunda pessoa, o tom elevado das letras, que sublimavam a origem miserável da maioria, e funcionavam como a busca da inserção social. Tudo era uma necessidade urgente, pois as oportunidades de ascensão social eram nenhumas e o conceito da malandragem vigia de modo coercitivo. Assim, movidos pelos mesmos desejos que tinha Adoniran de se tornar intérprete e não compositor, e a partir daí conhecido, os compositores de samba, entre uma parceria vendida aqui e outra ali, davam o testemunho da importância que a linguagem assumia como veículo social.
Mas a escolha de Adoniran é outra, seu mergulho também outro. Aproveitando-se da linguagem popular paulistana – de resto do próprio país – as músicas dele são o retrato exato desta linguagem e, como a linguagem determina o próprio discurso, os tipos humanos que surgem deste discurso representam um dos painéis mais importantes da cidadania brasileira. Os despejados das favelas, os engraxates, a mulher submissa que se revolta e abandona a casa, o homem solitário, social e existencialmente solitário, estão intactos nas criações de Adoniran, no humor com que descreve as cenas do cotidiano. A tragédia da exclusão social dos sambistas se revela como a tragicômica cena de um país que subtrai de seus cidadãos a dignidade.
O seu primeiro sucesso como compositor vira canção obrigatória das rodas de samba, das casas de show: Trem das Onze. É bem possível que todo brasileiro conheça, senão a música inteira, ao menos o estribilho, que se torna intemporal. Adoniran alcança, então, o almejado sucesso que, entretanto, dura pouco e não lhe rende mais que uns minguados trocados de direitos autorais. A música, que já havia sido gravada pelo autor em 1951 e não fizera sucesso ainda, é regravada novamente pelos “Demônios da Garoa”, conjunto musical de São Paulo (esta cidade é conhecida como a terra da garoa, da neblina, daí o nome do grupo). Embora o conjunto seja paulista, a música acontece primeiramente no Rio de Janeiro. E aí sim, o sucesso é retumbante.
Como acontecera com os programas escritos por Osvaldo Moles, que deram a Adoniran a medida exata da estética a ser seguida, o samba inspira Osvaldo a criar um quadro para a rádio, que se chamava História das Malocas, com um personagem, que faz sucesso, o Charutinho. De novo ator, Adoniran, tendo provado o sucesso como compositor, não mais se afasta da composição.
Arguto observador das atividades humanas, sabe também que o público não se contenta apenas com o drama das pessoas desvalidas e solitárias; é necessário que se dê a este público uma dose de humor, mesmo que amargo. Compõe para esse público um dos seus sambas mais notáveis, um dos primeiros em que trabalhou a nova estética do samba.
Entre a tentativa de carreira nas rádios paulistas e o primeiro sucesso, Adoniran trabalha duro, casa-se duas vezes e frequenta, como boêmio, a noite. Nas idas e vindas de sua carreira tem de vencer várias dificuldades. O trabalho nas rádios brasileiras é pouco reconhecido e financeiramente instável, muitos passaram anos nos seus corredores e tiveram um fim de vida melancólico e miserável. O veículo que encanta multidões, que faz de várias pessoas ídolos é também cruel como a vida; passado o sucesso que, para muitos, é apenas nominal, o ostracismo e a ausência de amparo legal levam cantores, compositores e atores a uma situação de impensável penúria.
Adoniran sabe disto, mas mesmo assim seu desejo cala mais fundo. O primeiro casamento não dura um ano; o segundo, a vida toda: Matilde. De grande importância na vida do sambista, Matilde sabe com quem convive e não só prestigia sua carreira como o incentiva a ser quem é e como é, boêmio, incerto e em constante dificuldade. Trabalha também fora e ajuda o sambista nos momentos difíceis, que são constantes. Adoniran vive para o rádio, para a boêmia e para Matilde.
Numa de suas noitadas, de fogo, perde a chave de casa e não há outro jeito senão acordar Matilde, que se aborrece. O dia seguinte foi repleto de discussão. Mas Adoniran é compositor e dando por encerrado o episódio, compõe o samba Joga a chave.
Dono de um repertório variado de histórias, o sambista não perdia a vez de uma boa blague. Certa vez, quando trabalhava na rádio Record, onde ficou por mais de trinta anos, resolveu, após muito tempo ali, pedir um aumento. O responsável pela gravadora disse-lhe que iria estudar o aumento e que Adoniran voltasse em uma semana para saber dos resultados do estudo... quando voltou, obteve a resposta de que seu caso estava sendo estudado. As interpelações e respostas, sempre as mesmas, duraram algumas semanas... Adoniran começava se irritar e, na última entrevista, saiu-se com esta: “Tá certo, o senhor continue estudando e quando chegar a época da sua formatura me avise..”
Nos últimos anos de vida, com o enfisema avançando, e a impossibilidade de sair de casa pela noite, o sambista dedica-se a recriar alguns dos espaços mágicos que percorreu na vida. Grava algumas músicas ainda, mas com dificuldade – a respiração e o cansaço não lhe permitem muita coisa mais – dá depoimentos importantes, reavaliando sua trajetória artística. Compõe pouco.
Mas inventa para si uma pequena arte, com pedaços velhos de lata, de madeira, movidos a eletricidade. São rodas-gigante, trens de ferro, carrosséis. Vários e pequenos objetos da ourivesaria popular – enfeites, cigarreiras, bibelôs... Fiel até o fim à sua escolha, às observações que colhe do cotidiano, cria um mundo mágico. Quando recebe alguma visita em casa, que se admira com os objetos criados pelo sambista, ouve dele que “alguns chamavam aquilo de higiene mental, mas que não passava de higiene de débil mental...” Como se vê, cultiva o humor como marca registrada. Marca aliás, que aliada à observação da linguagem e dos fatos trágicos do cotidiano, faz dele um sambista tradicional e inovador.
Adoniran Barbosa morre em 1982, aos 72 anos de idade

domingo, 9 de janeiro de 2011

Biográfia Monarco

MONARCO



Monarco está entre os compositores mais respeitados da sua geração. E, mesmo sendo um dos mais jovens integrantes da Velha Guarda da Portela é autor de músicas que foram sucessos nas vozes de Martinho da Vila (Tudo menos Amor), Paulinho da Viola (Passado de Glória) e Clara Nunes (Rancho da Primavera).

Monarco da Portela é o nome artístico do carioca Hildemar Diniz, que tem 66 anos de idade e 50 anos de samba, e sua geração tende a se perpetuar no samba, pois além do filho, o grande maestro Mauro Diniz, de 45 anos de idade, tem o Marcos Diniz com 35 anos de idade, que também é compositor. Os filhos seguem a tradição de Monarco e seus parceiros da antiga, todos já falecidos: Alcides Dias Lopes(o Malandro Histórico da Portela), Chico Santana, Manacea e Mijinha, Candeia.

Atualmente seu parceiro mais constante é o Ratinho de Pilares, com quem fez: Coração em Desalinho, Tudo Menos Amor, e Vai Vadiar; com o filho Mauro Diniz, compôs entre outros sambas, um belíssimo que por sinal esta no CD do "Quinteto Em Branco e Preto", o samba "Nem Pensar em Te Perder", que se a mídia prestar atenção com certeza será outro grande sucesso do Mestre Monarco e Mauro Diniz.

Nestas cinco décadas gravou apenas quatro discos, mas que foram lançados também na Europa, Japão e Estados Unidos. Seu ultimo CD, "A Voz do Samba", lançado pelo selo Kuarup, em 1995, lhe rendeu um prêmio Sharp de melhor cantor do gênero.

Todos os grandes intérpretes do samba gravaram músicas do Monarco. Entre eles: João Nogueira, Roberto Ribeiro, Paulinho da Viola, Clara Nunes, Maria Creuza, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho, cujo primeiro grande sucesso aliás foi "Coração em Desalinho".

Sua música exibe a forma tradicional dos autênticos sambas de terreiro ou samba de raiz, como o próprio compositor gosta de classificá-la. A linha melódica dolente é prato cheio para expor o belo registro vocal grave que possui. No repertório constam músicas suas como: Quitandeiro, Tudo Menos Amor, O lenço, Passado de Glória, Vai Vadiar.

Em 1999 a cantora Marisa Monte Produziu o CD Tudo Azul com a Velha Guarda da Portela, com participação de Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho. Este disco contém pérolas dos grande mestres da Azul e Branco de Madureira, Monarco incluído.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Biográfia Candeia

Candeia

Antônio Candeia Filho
17/8/1935 Rio de Janeiro, RJ
16/11/1978 Rio de Janeiro, RJ

 

Biografia

Compositor. Cantor.
O pai, Antônio Candeia, era tipógrafo, flautista e integrante de comissões de frente de escolas de samba. Quando criança, na data de seu aniversário, o pai promovia uma roda de samba para os amigos adultos, regada à cachaça e a feijão.
Desde os seis anos de idade, freqüentava as rodas de samba e choro, organizada por seu pai, sambista e boêmio, amigo de Paulo da Portela, João da Gente, Claudionor Cruz e Zé da Zilda.
Aprendeu a tocar violão e cavaquinho e passou a participar das reuniões de sambistas na casa de Dona Ester, em Oswaldo Cruz. Por essa época, conheceu e fez amizade com vários compositores como Luperce Miranda.  Também era freqüentador dos terreiros de candomblé, das rodas de capoeira e da Escola de Samba Vai Como Pode, que deu origem à Portela.
Começou a compor aos 13 anos.
O primeiro samba-enredo para a Portela foi "Seis datas magnas", em parceria com Altair Marinho. Com esse samba, em 1953, a escola foi campeã no carnaval daquele ano, obtendo nota máxima em todos os quesitos. Por essa época, com alguns amigos, fundou a Ala da Mocidade da Portela. Mais tarde, integrou a Ala dos Impossíveis, considerada por Paulo da Portela como a ala que mais deu fruto para a escola.
Em 1957, aos 22 anos, entrou para a Polícia Civil, assumindo o cargo de Investigador. Policial severo vivia prendendo prostitutas e malandros. Certa vez, em uma sinuca, chegou a pedir documentos a um certo rapaz que mais tarde seria conhecido como Paulinho da Viola. No dia 13 de dezembro de 1965, após abordar um caminhão e ao esvaziar o revólver nas rodas do veículo, foi surpreendido pelo motorista que lhe desfechou cinco tiros. Um deles alojou-se na medula óssea. Logo depois, já paralítico, foi  obrigado a afastar-se da profissão e passou a dedicar-se exclusivamente à carreira artística.
Em 1978, em parceria com Isnard, lançou o livro "Escola de Samba - A Árvore que Esqueceu a Raiz", pela Editora Lidador/Seec. De acordo com o crítico Mauro Ferreira: "Tal qual Zumbi dos Palmares, Candeia era o Zumbi dos terreiros cariocas, desbravando caminhos e lutou para manter erguida a bandeira dos partidos mais altos e do orgulho negro.".
Em 1987 foi publicado pela Funarte, em co-edição com a Martins Fontes, o livro "Candeia: luz da inspiração", de João Batista M. Vargem.
Em 2002 foi lançado o livro "Velhas Histórias, memórias futuras" (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no qual o autor faz várias referências ao compositor.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Biografia Nei Lopes

Nei Lopes

Nei Brás Lopes
9/5/1942 Rio de Janeiro, RJ

 

Biografia

Compositor. Escritor. Cantor.
Nascido e criado no subúrbio carioca de Irajá. Morou no Lins, Grajaú e Tijuca. Mais tarde, em 1982, mudou-se para o bairro de Vila Isabel. Foi semi-interno da Escola Técnica Visconde de Mauá, em Marechal Hermes, lugar onde tomou consciência de sua negritude, influenciado por Maurício Teodoro (do Salgueiro), Carlos da Rosa (da Serrinha), e Pinduca (do Catete). Freqüentou a casa de Maurício e de Tia Dina, onde cantava-se muito samba e as tradições afro-brasileiras eram mantidas.
Integrou a Ala de Compositores e a Velha-Guarda do Salgueiro.
Publicou em 1963 poemas na Antologia Novos Poetas e mais tarde publicou textos na Revista Civilização Brasileira e no Jornal do Commércio.
Em 1975 foi contemplado com o prêmio "Fernando Chinaglia", da U.B.E. (União Brasileira dos Escritores). Também foi considerado pelo crítico inglês David Brookshae como um melhores poetas da negritude no Brasil.
No ano de 1999 em uma entrevista para o Segundo  Caderno do jornal O Globo, declarou:  "Deixei de ser mulatinho para ser negro, embora o processo estivesse longe da conscientização".
Ingressou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil em 1962. Depois da morte de seu pai, que não era muito a favor de que o filho cantasse e freqüentasse as rodas de samba, assumiu definitivamente o seu lado sambista, desfilando pelo Salgueiro em 1963. Em 1966 formou-se em Direito, trabalhando na profissão até 1970.
Entre as experiências enriquecedoras da casa da Tia Dina, inclui a amizade com Popó, que o levou para a religião africana mais radical - o candomblé tradicional, de fundamento baiano.
Por volta de 1978, aprofundou-se no estudo da religião, fez-se praticante, embora admitisse ver nessa entrega, acima de tudo, uma forma de integração, uma união cultural dos negros. Toda essa cultura e a consciência da negritude o tornaram um dos grandes conhecedores da causa negra, fato que transparece em seus livros e em suas composições, centradas na temática afro-brasileira.
Dentre seus livros mais conhecidos estão "O samba na realidade", Editora Codecri, em 1981; "Islamismo e negritude" (co-autoria com João Batista Vargens, 1982); "Casos crioulos", contos, de 1987; "Bantos, malês e identidade negra", de 1988; "O negro no Rio de Janeiro e sua tradição musical" (Pallas Editora, RJ) de 1992; "Dicionário banto do Brasil", de 1996; "Incursões sobre a pele", poesias, de 1996; "171 - Lapa-Irajá. Casos e enredos do samba", contos, em 1999, Editora Folha Seca; e no ano 2000, lançou "Zé Kéti, o samba sem senhor".
Em 1989 escreveu a revista "Oh, que Delícia de Negras!" (com músicas em parceria com Cláudio Jorge), que fez longa temporada no Teatro Rival, no Rio de Janeiro.
Escreveu, com Juana Elbein dos Santos, o encarte para o LP "Egungun, Ancestralidade Africana no Brasil".
Em 1997, em comemoração aos 80 anos da primeira gravação do samba "Pelo telefone" (Donga e Mauro de Almeida) a gravadora EMI/ODEON lançou a caixa "Apoteose ao samba", na qual, além dos discos, foi também encartado um livreto com dois textos: um de sua autoria "Uma breve estória do samba" e outro de Tárik de Souza.
Entre 1999 e 2000, respectivamente, teve encenado pelos alunos de teatro do Centro Cultural José Bonifácio, da Prefeitura do Rio de Janeiro, dois musicais: "Clementina" (sobre a vida de Clementina de Jesus) e "Dona Gamboa, Saúde" (sobre a história da região portuária, um dos berços do samba).
Em 2001 publicou "Guimbaustrilho e outros mistérios suburbanos", pela Coleção Sebastião, lançada nas bancas de jornais pela Editora Dantes.
No ano de 2003 lançou o livro "Sambeabá - O samba que não se aprende na escola", com ilustrações de Cássio Loredano e apresentação de Luiz Antônio Simas (Editoras Casa da Palavra e Folha Seca). O livro foi lançado no Centro Cultural Carioca, no Rio de Janeiro.
No ano de 2004 publicou, pela Summus Editorial/Selo Negro, "Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana".
No ano de 2005 foi lançado o livro "O samba do Irajá e de outros subúrbios: um estudo da obra de Nei Lopes", de Cosme Elias, originalmente uma dissertação de mestrado do autor.
Em 2006 publicou "Partido alto, samba de bambas" (Editora Pallas) e "Kitábu: O livro do saber e do espírito negro-africanos", pela Editora Senac-SP, livro no qual fez uma análise filosófica e literária da África e sua diáspora, seus povos, suas línguas e suas religiões na visão dos próprios africanos e dos europeus.
Para teatro, compôs trilhas para as peças "O perverso sonho da igualdade" e "Auto da Indendência", ambas de Joel Rufino dos Santos.
Participou de diversas antologias poéticas.
Entre as honrarias recebidas destacamos o troféu "Golfinho de Ouro" (Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro), do Governo do Estado do Rio de Janeiro; "Prêmio Tim de Música" e a "Ordem do Mérito Cultural", conferida pelo Governo Federal na Presidência de Luíz Inácio Lula da Silva.
Em 2009 lançou o primeiro romance intitulado "Mandingas da mulata velha na Cidade Nova" (Editora Língua Geral). Neste mesmo ano foi lançada a sua biografia escrita pelo jornalista Oswaldo Faustino para a "Série Retratos do Brasil Negro", da Editora Negro Edições.


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domingo, 2 de janeiro de 2011

Biográfia Cartola

Cartola
(Músico e compositor brasileiro)
11/10/1908, Rio de Janeiro (RJ)
30/11/1980, Rio de Janeiro (RJ)

 
Chamado "mestre e divino do morro" por musicólogos, Angenor de Oliveira é um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira. De talento intuitivo e refinado, compôs músicas como As Rosas não Falam, cujos versos revelam uma refinada poesia: "Devias vir/para ver os meus olhos tristonhos/e quem sabe sonhavas meus sonhos/por fim". Negro, nascido no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, aos 11 anos foi morar no Buraco Quente, um bairro no Morro da Mangueira. Ganhou o apelido Cartola quando trabalhava em obras, usando um chápeu-coco para não sujar os cabelos de cimento. Aprendeu a tocar cavaquinho desde cedo com o pai. Ainda jovem, costumava ir a missas na Igreja da Glória para ouvir quartetos de coral de Bach e Händel, o que talvez seja um indício de seu refinamento musical, uma vez que não tinha qualquer estudo formal de música. Em 1928, criou, com Carlos Chagas, o Bloco dos Arengueiros, que se transformou na Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, para quem compôs seu primeiro samba-enredo (Chega de Demanda) e escolheu suas cores verde e rosa. Na década de 1930, vendeu os direitos de gravação de vários sambas, como Divina Dama e Qual Foi o Mal que Eu te Fiz?, lançados por vários intérpretes. Desapareceu nos anos de 1940, só retornando ao meio artístico em 1959, quando foi encontrado, pelo jornalista Sérgio Porto, na rua trabalhando como lavador e guardador de carros no bairro de Ipanema. Mais tarde, investindo na batalha para levar o samba do morro às ruas da cidade, abriu, junto com Eugênio Agostine e sua mulher Dona Zica, o bar Zicartola, que se tornou no mais badalado ponto de encontro de sambistas cariocas. Cartola convidava gente como Elizeth Cardoso, Cyro Medeiros e o trio Pixinguinha, Donga & João da Baiana para cantar no bar a música de "pouco valor" (dialeto sambeiro de então). Sua aceitação no mercado fonográfico só ocorreu nos anos de 1960 e 1970, quando conheceu um pouco de popularidade e gravou músicas como O Sol Nascerá, Autonomia, O Mundo É um Moinho, Tive Sim, Divina Dama, Quem me Vê Sorrir. Gravou seu primeiro LP somente em 1974, aos 66 anos, e, mesmo vivendo em grandes dificuldades financeiras, compôs e cantou até morrer, aos 72 anos.


sábado, 1 de janeiro de 2011

Biográfia Carlos Cachaça

Carlos Cachaça

Carlos Moreira de Castro
3/8/1902 Rio de Janeiro, RJ
16/8/1999 Rio de Janeiro, RJ


Biografia

Compositor. Cantor.
Filho de funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil, nasceu no morro da Mangueira, em uma das casas que a companhia alugava para seus funcionários. Seu pai, Carlos, abandonou a família. D. Inês, sua mãe, vendo-se em dificuldade para criar seus seis filhos menores, o entregou ao padrinho, o portuguêsTomás Martins, dono de vários barracos no morro da Mangueira. Logo, o menino passou a  fazer cobranças, lidar com recibos e anotações dos aluguéis, substituindo o padrinho analfabeto.
Aos16 anos, atuava como pandeirista no conjunto de Mano Elói (Elói  Antero Dias).
O pseudônimo "Cachaça" surgiu em uma das reuniões na casa do tenente Couto (do Corpo de Bombeiro), na qual estavam presentes três Carlos. Para diferenciá-lo, o anfitrião sugeriu "Cachaça", bebida preferida do compositor, na época com 17 anos.
Em 1922, conheceu Cartola, com quem mais tarde comporia diversos clássicos.
Fundou, em 1925, juntamente com Cartola, Marcelino José Claudino, Francisco Ribeiro e Saturnino Gonçalves, o Bloco dos Arengueiros, que mais tarde deu origem à Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, da qual também foi um dos fundadores, participando de todas as reuniões preliminares sem, contudo, comparecer à reunião de fundação por estar de serviço.
No ano de 1926, entrou para Estrada de Ferro Central do Brasil, galgando vários cargos, permanecendo até o ano de 1965, quando se aposentou como oficial de administração. Com sua primeira mulher, Maria Aída da Silva, teve três filhos: Luco, José Carlos e Marinês.
Casou-se com Menininha (Clotilde da Silva, falecida em 1983), irmã de Dona Zica, com a qual viveu durante 45 anos.
Foi presidente de honra da Mangueira e da Academia Brasileira da Cachaça, da qual constam apenas 40 membros acadêmicos.
Em 1998, antes de falecer, fez seu último desfile pela Mangueira. Já debilitado em uma cadeira de rodas, presenciou a escola sagrar-se campeã com o enredo "Chico Buarque da Mangueira", desfilando ao lado do homenageado, que o beijou repetidas vezes.
Co-autor do livro "Fala, Mangueira", com Marília T. Barboza da Silva e Arthur L. Oliveira Filho em 1980, lançado pela Editora José Olympio. Autor de "Alvorada", livro de poemas e letras, publicado pela Funarte em 1989, organizado por Marília Trindade Barboza.